Anotações: como ter mais ideias
Anotações: como ter mais ideias
Original: rosieleizrowice.com/blog/ideation
O longo dos últimos quatro anos, juntei um emaranhado de milhares de anotações sobre coisas que acho interessantes ou úteis. Elas foram tiradas de livros, postagens de blogs, músicas, tweets, páginas da Wikipédia, artigos de notícias, postagens de fóruns, coisas que as pessoas dizem e ideias que surgiram no meu cérebro.
Assim como já compartilhei antes algumas anotações minhas, aqui está uma seleção das minhas anotações sobre como ter ideias: de onde as ideias vêm, como ter mais ideias, como ser criativo e assim por diante. (Partes marcadas como 'Pensamentos' são meus próprios pensamentos escritos na forma de lembretes ou resumos.)
Abrace a serendipidade
'De Onde Vêm Boas Ideias', de Steven Johnson
'Os padrões são simples, mas, se adotados conjuntamente, ajudam a criar um todo mais sábio que a soma de suas partes. Faça uma caminhada; cultive intuições; anote tudo, mas mantenha suas pastas em desordem; abrace a serendipidade; cometa erros produtivos; cultive diversos hobbies; frequente cafés e outras redes líquidas; siga os links; permita que outros se baseiem em suas ideias; tome emprestado, recicle, reinvente. Construa uma ribanceira emaranhada.'
Sempre revise
Pensamentos: as ideias vêm com mais facilidade quando estou imerso em informações novas e variadas — mas isso só funciona se eu revisar constantemente o que aprendi, capturando, resumindo, e depois dando um passo para trás a fim de ver o quadro geral.
No final de 2020, percebi que estava lendo demais. Não tanto livros (o que até que teria sido bom se fosse só isso), mas muitos posts de blog, matérias, artigos, transcrições, guias e assim por diante. Continuei coletando informações e fazendo anotações, mas não estava conseguindo processá-las para ver o quadro maior e fazer alguma coisa com elas. Agora estou gradualmente classificando tudo o que acumulei, por isso é bom escrever posts como este.
Nada é original
Jim Jarmusch — 'Nada é original. Roube de qualquer fonte que ressoe como inspiração para você ou alimente sua imaginação. Devore filmes antigos, filmes novos, música, livros, pinturas, fotografias, poemas, sonhos, conversas aleatórias, arquitetura, pontes, placas de rua, árvores, nuvens, corpos de água, luzes e sombras. Selecione para roubar apenas de coisas que falam diretamente com sua alma. Se você fizer isso, seu trabalho (e roubo) será autêntico. A autenticidade é inestimável; a originalidade é inexistente. E não se preocupe em esconder seu roubo — celebre-o se quiser. De qualquer forma, lembre-se sempre do que Jean-Luc Godard disse: "Não é de onde você tira as coisas — é para onde você as leva". ’
Use métodos mais simples
Pensamentos: Às vezes acho mais fácil criar ideias quando mudo para um método mais simples, em particular se for fisicamente menor do que um documento do Word ou uma página de bloco de anotações. Acho que funciona porque é menos intimidante e não parece tão importante. Por exemplo:
Fichas pautadas
O aplicativo de notas no meu iPhone
Margens de antigas listas de tarefas
Post-its
Margens de livros (desculpe)
Twitter.
Bilhetes de loteria para criatividade -- De 'O Hábito Criativo', de Twyla Tharp
‘Leituras, conversas, ambientes, culturas, heróis, mentores, a natureza — todos são bilhetes de loteria para a criatividade. Raspe-os e você descobrirá o tamanho do prêmio que você ganhou.'
Pensamentos: Este é um bom lembrete para pensar fora da caixa e colocar-se em situações que favorecem a surpresa. Uma coisa que tenho notado sobre a vida na pandemia é que é muito mais difícil sair pelo mundo e experimentar ideias inesperadas do tipo de que vêm de conversar com as pessoas, ver exposições, visitar novos lugares, etc. Online, estamos todos andando em círculos em nossas bolhas de filtros, vendo apenas coisas que são semelhantes ao que já gostamos. É muito mais difícil ser surpreendido.
Procure relações
De 'A Technique for Producing Ideas', de James Webb Young — 'Uma ideia não é nada mais ou menos do que uma nova combinação de elementos já conhecidos. A capacidade de formar novas combinações a partir de velhos elementos depende largamente da habilidade de enxergar relações.’
Pensamentos: Ideias são redes. Elas nunca existem isoladas, estão sempre ligadas umas às outras. Grande parte da criatividade parece ser a capacidade de ver essas conexões, pegar uma ideia de uma rede e conectá-la a outra. Ao aprender coisas novas, é bom ver os conceitos como fazendo parte de redes. Quanto mais um conceito estiver longe do que você sabe no momento, mais conexões estarão faltando. Se algo não faz sentido, talvez você precise expandir seu conhecimento para fora até que haja uma base para que o sentido comece a aparecer. Depois de aprender os conceitos diretamente adjacentes ou aqueles que têm mais ligações, você provavelmente entenderá muito melhor. Quanto mais longe na rede você se move, mais profunda sua compreensão se torna. Meu palpite é que quando aprendemos algo sem ter um contexto mais amplo para isso, acabamos conectando esse conceito a uma rede que já entendemos. As pessoas enxergam praticamente tudo em termos do que sabem melhor.
Para sistematizar a criatividade, tente:
Entrar intencionalmente no modo "difuso" (deixar a mente vagueando) — faça uma caminhada ou tome um banho, pense no problema antes de dormir, trabalhe nele logo pela manhã, medite sobre um tópico.
Fazer listas de ideias — liste todas as soluções possíveis para um problema, liste 100 ideias e depois vá eliminando uma por uma, gere muitas e use as que forem menos comuns.
Combine/recombine ideias existentes
Use prompts aleatórios como ponto de partida (por exemplo, um gerador de palavras aleatórias) — um dia eu gostaria de me desafiar a escrever 100 palavras a partir de outras 100 geradas aleatoriamente.
Use experimentos mentais — restrinja recursos, aumente recursos, elimine opções, trabalhe de trás para frente a partir de uma solução.
Use prompts de perguntas — E daí? E se? E se o oposto for verdadeiro? Isso importa? E se eu precisasse resolver isso de uma vez por todas? O que X faria?
Incorpore restrições — remova restrições, adicione restrições, redefina fronteiras, limite o tempo.
Reenquadre o problema — liste e rejeite suposições, olhe para ele a partir da perspectiva de outra pessoa, olhe para ele com emoções diferentes, olhe para ele através da lente de uma disciplina diferente, pergunte a outra pessoa o que ela faria, substitua palavras por substitutos sem sentido, considere tudo que você fez até agora como pesquisa.
Resumido de 'SysCreativity'.
Gerando um fluxo de ideias
De Jeremy Nixon:
Escreva. Escrita livre, ensaios, livros, etc.
Encontre as melhores comunidades online nas quais seja possível comentar/publicar sobre tópicos que são importantes para você.
Listas de ideias. Faça brainstorming com tempo limitado, obrigando-se a chegar a uma contagem alta de ideias.
Leia. Na época em que eu lia 4 livros por semana alcancei o fluxo mais intenso de ideias. Fazer isso como estilo de vida era extremamente demorado mas muito gratificante.
Socialize. Reúna-se regularmente com meus amigos mais inteligentes.
Professores. Eles fornecem as melhores críticas de visão de mundo e são ótimos para procurar soluções e gerar ideias.
Pegue os melhores livros e comprima-os em algoritmos executáveis. Faça experimentos com base neles e execute-os regularmente.
Defina todas as melhores ideias em um campo ou espaço. Pesquise exaustivamente. E então comprima o espaço dentro das ideias mais fortes e mais abrangentes, e treine-se a pensar dentro desse quadro.'
Pensamentos: Sempre acho mais fácil criar ideias quando as conceituo como um fluxo regular, não como ocorrências ocasionais pontuais. Isso funciona melhor se eu estiver trabalhando no mesmo tipo de coisa quase todos os dias, e sempre fica mais difícil se eu interromper por um tempo. Fazer uma pausa é bom se eu tiver parado de avançar, mas é ruim se eu quebrar um fluxo de ideias. As ideias vêm com mais facilidade quando estou imerso em informações interessantes e inovadoras em muitos formatos diferentes.
Deixe as ideias incubarem
Bertrand Russel, citado em 'The Dynamics of Creation':
‘Quando eu era jovem, cada pedaço novo de trabalho sério costumava me parecer por um tempo — talvez um longo tempo — estar além da minha capacidade. Eu me preocupava e ficava bem nervoso por medo de não conseguir. Eu fazia uma tentativa insatisfatória após outra, e no final tinha que descartar todas.
Por fim, descobri que tais tentativas desajeitadas eram uma perda de tempo. Parecia que depois de primeiro contemplar um livro sobre algum assunto, e depois de dar atenção preliminar séria a ele, eu precisava de um período de incubação subconsciente que não podia ser apressado e era impedido pelo pensamento deliberado. Às vezes eu achava, depois de um tempo, que tinha cometido um erro e que eu não poderia escrever o livro que eu tinha em mente. Mas muitas vezes eu tinha mais sorte.
Tendo, em um momento de concentração muito intensa, plantado o problema em meu subconsciente, ele germinaria no subsolo até que, de repente, a solução emergia com clareza ofuscante, de modo que só restava anotar o que parecia ser uma revelação.’
Pensamentos: Há uma troca difícil entre trabalhar em algo imediatamente para aproveitar a empolgação e deixá-lo descansar por um tempo. Acho que incubar ideias por um tempo significa que fico menos propenso a fazer qualquer coisa com elas, mas quando o faço, resulta em algo de muito melhor qualidade.
Durma com ele
'Nunca durma sem ter feito um pedido ao seu subconsciente.' — Atribuído a Thomas Edison
Pensamentos: Por um tempo, entrei em uma rotina de escolher um problema ou tema para pensar antes de dormir todas as noites, e quase sempre ao acordar descobri que havia feito algum tipo de progresso no assunto.
'O Princípio do Prêmio Imaginário', de Robert Heaton:
‘Ao decidir sobre o que escrever, tento seguir dois princípios:
O Princípio do Prêmio Imaginário: em cada post, devo pelo menos tentar ser o melhor na internet em alguma coisa
O Princípio Netflix: cada post deve fornecer valor incremental de longo prazo aos leitores do meu blog pelos próximos 5 anos, pelo menos.’
Brinque com a densidade vs compreensibilidade
Pensamentos: Às vezes acho útil pegar uma ideia existente e torná-la mais densa ou mais compreensível. Torná-la mais denso significa condensá-la na menor forma possível. Torná-la mais compreensível geralmente significa diminuir a densidade, usando palavras com menos que têm menos concentração de significado. Isso a transforma em algo novo e revela novos lados dela.
Ideação sem julgamento
de 'Lila', de Robert Pirsig:
‘Porque ele não pré-julgou a adequação de novas ideias ou tentou colocá-las em ordem, mas apenas as deixou fluir, essas ideias às vezes vinham tão maciças que ele não conseguia escrevê-las rapidamente. O assunto, toda a metafísica, era tão enorme que o fluxo se transformava numa avalanche.'
Pensamentos: Outra razão pela qual é bom estar imerso em um fluxo regular de ideias é que ter mais ideias me torna menos crítico e menos propenso a descartar algo antes de explorá-lo. Embora não seja particularmente saudável, de vez em quando acho que passar a noite pensando em algo sem agenda específica me ajuda a destravar. Acho que funciona porque ficar acordado a noite toda me coloca em um estado no qual nada do que faço parece mais ou menos significativo do que qualquer outra coisa.
Nas primeiras horas da manhã após horas pensando, acho fácil esquecer que outras pessoas existem e apenas ficar mergulhado em meus próprios pensamentos, o que significa que posso registrar muitas ideias, muitas das quais serão descartadas durante o dia.
Tenha um cronograma
Pensamentos: Paul Silvia escreve em 'How to Write a Lot' que simplesmente ter um cronograma é a melhor maneira de chegar a ideias criativas em base regular. Pesquisas sugerem que as pessoas que escrevem em um cronograma têm ideias mais criativas. O conselho de continuar aparecendo é extremamente comum (Regra que aprendi no curso de longa duração da Ribbon Farm que fiz ano passado: 'se você aparecer para o compromisso do daemon todas as vezes, o daemon aparecerá ÀS VEZES.’)
Tema e variação
De Beethoven: 'Angústia e Triunfo' por Jan Swafford, via Jim Neilson:
‘...a ideia de tema e variação é começar a partir de uma pequena peça musical por si mesmo ou por outra pessoa (muitas vezes uma melodia bem conhecida), transformá-la e reimaginá-la em uma série de vinhetas. Estas podem ser baseadas na melodia do tema, na harmonia, na linha do baixo, ou em alguma combinação desses elementos. A variação é um exercício de aprendizagem ideal para o aluno porque equivale a estudar um elemento fundamental do que é a composição: pegar uma peça de material, uma ideia, e transformá-la em novas passagens que compartilham uma essência subjacente, mas soam diferentes. Assim, o aluno aprende que uma parte essencial da composição é uma questão de contraste e diversidade, com base na unidade e na invenção: moldar muitas coisas a partir de uma.
…Beethoven desenvolveu sua música da mesma forma que desenvolveu sua composição: experimentando e estudando outros músicos talentosos. Ao longo de sua vida, em todas as coisas que tinham a ver com música, ele modelava o que fazia naquilo que percebia ser o melhor do tipo, depois levava os modelos na sua própria direção.’
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