Breve Introdução à Economia da Atenção

Original

Um tempo atrás escrevi um post bem longo e super detalhado sobre a economia da atenção: como e porque a big data está sequestrando sua mente. Para ser sincero, nem eu leio mais artigos super longos na internet. Não consigo prestar atenção por tanto tempo (Oops...)

 

Então, para ser justo, decidi republicar o artigo em quatro partes, com pequenas edições para que ficasse mais fácil de ler. Consulte o artigo original para referências.

 

Sem mais delongas...

 

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Em 1997, Michael H. Goldhaber escreveu na revista Wired: "A moeda da Nova Economia não será o dinheiro, mas a atenção – uma teoria radical do valor".

 

O artigo foi intitulado “Attention Shoppers!” (“Compradores de atenção”, em tradução livre)

 

Quase uma década depois da "teoria radical" de Goldhaber sobre a economia da atenção, o primeiro iPhone entraria no mercado, o que deu às empresas de tecnologia acesso sem precedentes à psicologia humana e transformou radicalmente o tecido da sociedade como a conhecemos.

 

Outra década após o primeiro iPhone ter entrado nos bolsos dos consumidores ansiosos, Tristan Harris, um antigo desenvolvedor de produtos da Google e cofundador do Centre for Humane Technology, chamou o iPhone de "um caça-níqueis no meu bolso".

 

Harris, que o jornal The Atlantic chamou de "a coisa mais próxima que o Vale do Silício tem de uma consciência", é um dos primeiros insiders do Vale do Silício a denunciar que as grandes empresas de tecnologia projetam seus produtos de uma forma que manipula nossas vulnerabilidades psicológicas para capturar nossa atenção.

 

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O modelo de negócios da economia da atenção é bastante direto: chamar a atenção para fins de marketing e publicidade.

 

Sabe aquela necessidade constante, essa coceira de olhar para o seu telefone toda hora? É uma reação natural a aplicativos e sites projetados para capturar nossa atenção, para nos fazer ficar mexendo no celular o maior tempo possível. Quanto mais tempo permanecemos nesses aplicativos e sites, mais a grande tecnologia aprende sobre o funcionamento interno e as vulnerabilidades de nossa psicologia.

O americano mediano é exposto a cerca de 3 mil mensagens de propaganda por dia, as quais não têm o objetivo de compartilhar informações sobre um determinado produto ou serviço, mas simplesmente de chamar nossa atenção.

 

A política de hoje é menos sobre política de verdade e mais sobre chiliques melodramáticos no Twitter de candidatos a presidente visando chamar a atenção para vários partidos políticos.

                                                                    

“A qualidade dessa atenção não importa. O que importa é a atenção em si. Essa atenção é um trunfo, o trunfo mais valioso da nova economia.” — Mark Manson

 

A economia da atenção lucra quando as empresas de tecnologia aprendem exatamente como nosso cérebro funciona, tiram proveito do nosso foco e, em seguida, vendem nossos dados a outras empresas que procuram nos vender seus bens e serviços e, em alguns casos, seus interesses políticos.

 

Na nova economia, o bem mais valioso que podemos acumular não é dinheiro, nem riqueza, nem mesmo conhecimento, mas é a capacidade de controlar nossa própria atenção.

 

Até logo!

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